18 de junho de 2007
Signal Fire
-Você ta quietinha ai?
-Tô
-E porque? Tá chateada com alguma coisa?
-Acho que to
-Acha? Com o que?
-Não faço a mínima idéia...






E é sempre muito engraçado, pelo menos para mim, quando essas coisas acontecem e eu fico absolutamente sem respostas! Eu sei que as pessoas esperam respostas, dúvidas e explicações, mas eu realmente espero que elas não esperem muita coisa de mim.
É, eu sou estranha...
Fico pensando no porque eu fico quieta de repente, fico pensando que eu preciso verbalizar o que estou sentindo, que preciso exorcizar esse mal que me corrói e no entanto, fico olhando a tela em branco, o papel em branco, a janela de conversação em branco...
No fundo, *Gary Lightbody canta baixinho: *The perfect words never crossed my mind¹
E isso parece uma tremenda conhecidência, mas eu sei que é pura ironia
Não é um problema de não saber se expressar ou não confiar em me expor, muitas vezes é uma pura e inexplicável incapacidade de me expressar.
É dificil conviver com essa dualidade, não pensem que tenho algum prazer sádico nisso!
Eu sei que eu me subestimo e nem sei porque faço isso.
Se eu paro por um instante e olho para dentro de mim, posso ver claramente tudo o que quero, tudo o que sinto e tudo o que não quero também... Mas inverter o lado de certas coisas me parece tão custoso, que eu desisto sem nem tentar. Eu subestimo as pessoas também e é terrível ter que admitir e confessar isso. Substimo quando julgo que, se nem eu entendo o que quero dizer, outras pessoas também não vão.

*I felt every ounce of me, screaming out, But the sound was trapped deep in me²

Sei que não há nenhum mal em não saber explicar coisas que nem eu entendo, mas sei também que eu poderia me esforçar um pouquinho mais se não fosse tão preguiçosa.
É, eu tenho preguiça das pessoas. E para as pessoas que não tem preguiça, não importa, eu tenho preguiça suficiente para mim e para elas.
Eu falo bem de coisas, de pessoas, de substancialidades, de cotidianidades... Mas ás vezes não sei falar de mim.
E fico como uma colegial apaixonada pelo rapaz popular do ginasial, rabiscando nomes no caderno, ensaiando palavras que não sabe como dizer sem ao menos gaguejar.
Eu realmente espero que as pessoas não esperem muitas coisas de mim, não esperem que eu diga mais do que o que posso dizer. E espero também que fique claro, que eu não tenho dificuldades de me abrir, de falar de sentimentos, se eu souber do que estou falando de ante mão... Se não souber, como agora, fica esse espaço em branco, essa lacuna imensa, esse abismo insondável...

Pelo menos sou honesta, disso não podem me acusar! =D

Talvez eu não esteja sentindo nada, por isso não consiga explicar ou escrever. E essa é minha melhor explicação. E talvez seja ate a mais plausivel.
Talvez eu não esteja me dando ouvidos e esteja passando por cima dos meus sentimentos, desprezando meus sentidos – todos os cinco, menos o sexto [se é que ele existe]
Confesso que estou cansada, mas não fisicamente.
Talvez um pouco angustiada, me sentindo dentro de uma bolha sem saber o lugar que devo ficar, embora eu saiba muito bem onde quero estar!
Não tentem me entender, digam apenas “não tem jeito” e se acostumem com esse tipo de ladainha quando eu ficar, irremediavelmente sem respostas para as perguntas que teimam em me fazer...

*No, I won't wait forever³











*Gary Lightbody, vocalista do Snow Patrol:
*As palavras perfeitas nunca passaram pela minha cabeça ¹
*Eu senti cada parte de mim gritando alto, Mas o som estava preso dentro de mim²
*Não, eu não vou esperar para sempre³:
*Trechos de Signal Fire – Snow Patrol [ainda ouvindo]

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