29 de março de 2007
A Declaração da Rosa


Eu sou o maior dos meus erros – de todos mesmo!
Talvez por isso cometa tantas falhas...
Nem todas as rezas, credos e promessas aliviam essa culpa que carrego comigo
Nem mil anos apagariam tanta estupidez que já cometi
Nem mil curativos cicatrizariam tantas feridas que causo
Eu te retalho!
Retalho minha alma e meu coração junto com os retalhos que faço da consciência da indecência dos meus erros.
E me vejo assim, humana, cheia de falhas ao remexer perplexa teu baú de mágoas!
Nesses momentos analiso que a vida não vale o esforço de tanta dor que te causei
E que ainda causo, porque eu errei muito, mas ainda erro
Eu nunca me dou conta dos prejuízos que causo
Eu juro!
Se eu subisse ao céu e trouxesse uma nuvem rosa, pra te provar que são de algodão doce
Se eu descesse ao fundo do mar e te levasse pra cavalgar num cavalo marinho e te mostrasse que estrelas do mar são estrelas que caíram do céu
Ou se simplesmente pudesse nunca mais te ferir!
Não, não pense que existe inocência no que faço
Esta eu perdi há tempos num temporal que o vento trouxe
Em meus atos falta serenidade... seriedade... lucidez!
Eu fico me segurando pra não dizer loucuras maiores do que as que faço
Fico me segurando pra não responder quando me perguntas a verdade
Porque eu não quero te ferir mais do que já faço
Não vou confessar, nem gritar meus medos ou expor minhas feridas
São minhas – pare de olhar!
Se eu disser que não entendo, você acredita em mim?
Não, não sinto dor!
E pra ser cruelmente sincera, essa culpa não pesa tanto
As conseqüências, os atos, as mãos calejadas e os dedos esfolados de tanto adubar o jardim...
Eu erro muito, e te machuco muito também, mas não posso ser diferente
E a culpa também é sua por assumir os riscos de amar uma rosa com bonitas pétalas
Mas também com muitos espinhos!




... Se alguém ama uma flor
da qual só existe um exemplar
em milhões e milhões de estrelas,
isso basta para que seja feliz
quando a contempla...
Antoine de Saint-Exupéry (baixe aqui)







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