26 de fevereiro de 2007
Até onde vai minha tolerância?

Eu realmente acho que vocês não devem se aborrecer com coisas pequenas e muito menos com pessoas pequenas. Mas eu admito que eu também me aborreço de vez em quando [ou sempre]
A gente não deve viver guardando raiva, rancor e nem ódio de ninguém, a gente precisa ignorar certas coisas, tem que fazer força pra esquecer, tem que superar, desanuviar...
E geralmente, é o que eu procuro fazer – passar por cima – mas alguma parte de mim, alguma parte que eu não tenho controle, [talvez o subconsciente] ainda insista em agir assim. Acho que minha mente deve ter uma grande limitação, uma grande dificuldade em abrir mão desse comportamento quando se depara com pessoas mesquinhas, pequenas...
Certas situações acionam um alarme interno e sirenes barulhentas de luzes vermelhas começam a piscar nas minhas retinas.
Não sei o porquê de tanto alarde, tanta raiva, tanto estresse – eu deveria ter mais controle sobre isso. Mas ás vezes eu não consigo controlar a raiva que eu sinto de certas coisas/pessoas.

Eu sempre achei que eu não era uma pessoa boa, hoje eu acho que eu ainda não sou o que se pode chamar de “boa pessoa”, mas com certeza sou um pouco melhor [é, a gente cresce...]
Fui criada de uma maneira que eu pretendo criar meus filhos: valores, filosofias de vida, uma certa liberdade meio que vigiada e um certo tom de independência.
Minha mãe sempre me incentivou a me virar sozinha, a ter minhas idéias bem definidas e ter senso de justiça – e ensinar certas coisas pra uma criança hiperativa, que a enlouquecia, não devia ser tarefa fácil, mas ela conseguiu!

Como todas as pessoas, eu tenho mau-humor [e muito] e também acordo com o pé esquerdo de vez em quando. Tenho problemas com os quais tenho que lidar, tenho um alto nível de falta de paciência e sou cheia de manias.
Mas eu também acordo de bom humor, falo besteira, rio, tiro onda, me divirto... [ou tento]
Ás vezes eu também acordo me sentindo infeliz e julgo que minha vida é uma bosta, todo mundo, no mundo todo, tem direito a ter essas crises – mas eu sou feliz [ou tento ser...]
Mesmo porque, a felicidade de cada um depende mais de si mesmo do que de outros, mas isso é outro assunto.

Eu vivo sorrindo, ainda que não fique arreganhando os dentes pra qualquer um.
E sou simpática quando quero, mas isso não é com todo mundo!
Mas tem um monte de coisas que me tiram do sério e despertam o “elefante” que há em mim, que sai pisoteando tudo com uma patona enorme e pesada, muito pesada...
Tem uma série de coisas, que se eu for escrever aqui, vão me deixar com raiva, muita raiva, mais raiva ainda... então não escreverei!
Ás vezes, não pergunte por que, eu sinto prazer, um enorme prazer em espirrar acidez nas pessoas. Sabe esse humor seco e sarcástico que você usa pra dar uma sapatada na cara da alguém e faz parecer o que você disse “um tapa de luva”? Pois então, quando eu faço, parece luva de boxe [ou não].
Eu não acho que eu seja uma boa pessoa, mas com certeza, se eu quiser posso ser ainda pior. Mas ultimamente, eu não quero...

É certo, que muitas vezes, a gente acaba fazendo coisas nem tão boas assim, ás vezes até no intuito de acertar. E invariavelmente, no meio dessas coisas você acaba encontrando com a mesquinharia alheia, com a pequenidade* da alma humana, com o lado mais sujo e intolerável de alguém!
Mau humor a gente releva, bebedeira a gente entende, falta de educação a gente repara, depressão a gente supera...
Mas e mesquinharia? A gente tolera? E falsidade, falta de caráter, falta de moral?
Vocês eu não sei, mas é nesse exato ponto que acaba a minha tolerância. Por mais compreensiva que eu queira e tente ser, por mais irrelevante que possa ser uma situação e por mais que tudo tenha dois lados, eu não consigo tolerar esse tipo de coisa!

Cada cabeça uma sentença, certo? Cada um com seu cada um, cada pessoa pensa de um jeito. Não me parece justo cobrar que as pessoas sejam éticas, justas ou corretas [e quem sou eu pra julgar alguém?], mas como tolerar pessoas umbiguistas*? Pessoas mesquinhas, capazes de passar por cima das outras em pro de si mesmo?
Nunca entenderei essas pessoas que para subir na vida, sujeitam outras a serem degraus
Pessoas que usam armaduras, máscaras, que perdem o sentido pueril da vida simples...

Eu gosto de pessoas, por mais anti-social que eu seja ou possa parecer, eu gosto de pessoas.
Eu deveria fazer psicologia, psiquiatria ou alguma ciência humana.
Gosto de observar as visões diferentes de cada um, as idéias e ideais, os conflitos, os sentimentos, o caráter, a postura...
Eu gosto de gente e gosto de gente que gosta de gente.
E não tolero gente que não sabe respeitar os limites da outra pessoa.
Minha mãe e minha avó, sempre me ensinaram que “o meu direito termina onde começa o do próximo” e embora eu não seja tão lírica quanto elas, não consigo abandonar os conceitos que tanto insistiram de me passar!

Esse texto estressadinho e moralista, só mostra o quanto eu estou cansada de quem teima em se beneficiar com o sofrimento dos outros.
Bem que eu queria que palavras bonitas e sábias tomassem o lugar dessas, que apesar de realistas, são invariavelmente fúteis e em vão.
Mas esse texto já está longo demais, ninguém vai [de fato] ler e eu vou acabar fugindo [se já não o fiz] do título. Eu até queria escrever mais, porque quando eu estou com raiva os textos fluem muito bem, mas eu acho que vocês têm mais o que fazer! [pena...]

Ps:
Vão ler um livro, dormir ou fazer alguma coisa de útil na vida do que ler isso aqui...

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