9 de março de 2006
AS MORTES
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Muita gente não gosta de falar em morte... Muita gente gosta!
Não sei se gosto, ou se não gosto... Apenas acho natural!

Mas é sempre difícil falar em morte... Principalmente, se estivermos falando de pessoas que amamos, e que são tiradas de nós de repente!
Esse texto do Tanussi, me fez pensar sobre inúmeras coisas, inúmeras mortes, perdas...
O meu pai, como sabem, morreu quando eu tinha um ano
Não chega a ser uma experiência de morte, mas foi meu primeiro e constante contato com a morte.

Talvez por isso ache tudo muito natural...

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Estávamos com alguns amigos numa festa de casamento, nos divertindo, brincando...
Mas na volta para casa, um amigo meu percebeu que o bar do pai dele estava sendo assaltado. Correu para acudir e viu que um bandido apontava a arma para cabeça de seu pai e disse:
-leva tudo que você quiser, mas não faz nada com meu pai não, ele tem problema de coração, por favor...
E o bandido respondeu: - ah é? Então faço com você! E disparou cinco tiros de uma vez!
Ele morreu!
Não sei dizer o que senti quando me contaram... Não sei dizer de onde tirei palavras para consolar a Patrícia, ex-namorada do Andersom... Mas sei dizer o que sinto hoje: saudade!

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Tive também dois amigos, que assim como um ex-namorado meu, tinham moto. Saíamos sempre de moto para passear, íamos a festas, churrascarias e até mesmo para praia...
Um dia, uma amiga da minha avó comentou que um deles tinha caído de moto e eu corri para me informar. E disseram, me contaram, relataram com riqueza de detalhes... O André estava indo buscar a namorada, quando um doido deu uma fechada e ele perdeu o controle da moto, bateu de frente com um outro carro e voou por cima da carroceria...
E ainda disseram que ele levantou dizendo estar bem, pedindo para ajudarem ele a levantar a moto porque estava atrasado para buscar a namorada! Depois apagou!
Três dias no hospital e eu não tive coragem de ir lá... Mas fui no enterro!
Eu sentia uma dor tão profunda, que nem conseguia chorar... Eu via o Maurício chorando, abraçava ele mas não conseguia! Via a Rosane chorando, abraçava e não conseguia! Mas quando vi a irmã dele parada, em pé, olhando tudo com aquela cara de “isso é um pesadelo, vou acordar”, entendi a dor que sentia e chorei! A dor de quem perdeu um amigo mais chegado do que um irmão! Me desesperei! E eu ouvia o eco da voz dele na minha cabeça me dizendo que “existem amigos mais chegados que um irmão, como nós!”. Não me conformava, era insuportável pensar que nunca mais ouviria ele chegando “cantando pneus”, que não o ouviria cantando aquelas músicas chatas do quartel (que fazia só pra me irritar), que não veria mais o seu sorriso, que não poderia mais abraçá-lo, que teria que viver apenas de lembranças... e todas essas coisas que passam na nossa cabeça quando alguém muito próximo nos deixa assim!
Me disseram: “isso passa”, “você vai esquecer”, “você se conforma”... mas nada disso aconteceu, e acho que nunca vai!

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Quando a minha bisavó morreu, eu era menina ainda...
Não quis viajar para ir ao enterro!
Fiquei em casa, olhando a foto dela e lamentando não ter convivido com ela...

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Eu não me lembro bem do que, mas a mãe de uma menina da minha rua, morreu!
Eu fui na casa dela e vi, mas esconderam a menina no quarto para que ela não ficasse olhando a mãe morta! Depois disso, sei que a menina e os irmãos sofreram muito! O irmão dela, parecia que tinha amadurecido 10 anos em uma hora, se tornou mais triste, mais sério...
Mas a lembrança mais forte que eu tenho, é da menina... Ela deveria ter por volta de uns cinco ou seis anos, e apesar de saber que a mãe estava morta, ficava sentada no portão de casa todos os dias esperando ela voltar do trabalho. A gente passava e perguntava: “Camila, o que você está fazendo aí no portão sozinha?” e ela respondia: “estou esperando a minha mãe chegar”. E depois chorava dizendo: “porque a minha mãe não veio hoje de novo? cadê a minha mãe? eu quero ela...”
A morte de alguém querido é bem pior quando se é criança!

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Lembro-me também quando conheci um rapazinho que se sentia responsável pela morte da mãe, que morreu de parto! Até então, para mim, essa história era um clichê, mas eu vi a dor que sentia ao dizer que o pai não se conformava com a morte da ex-mulher!

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Eu fiquei muito mal também, quando soube que um ex-vizinho meu, que me conhecia desde pequena, tinha morrido!
E foi por uma bobagem tão grande, tropeçou na rua e caiu... mas bateu com a cabeça!

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DAS MORTES QUE NOS INFLUENCIAM:

Ás vezes, as coisas não acontecem nem com a gente... E nem é com alguém próximo... Mas sabem quando uma história nos toca? Nos ressente? Nos revolta?
Um conhecido vereador da minha cidade, perdeu seu filho de 9 anos com um tumor na cabeça... Um menino lindo, filho único!
Fiquei sabendo que meses atrás, ele havia reclamado na escola de dor de cabeça e mandavam ele para casa! Um dia ele desmaiou e a família o levou para o hospital! O médico diagnosticou sinusite e passou um tratamento para o menino! O pai, de certas posses, pagava um caro tratamento para o menino que um dia teve uma dor de cabeça muito forte e foi levado para o hospital, onde após uma cirurgia, ficou detectado o tumor... Mas já não havia o que fazer, porque o tal tumor já havia se espalhado muito!
Me abalou muito saber disso, ainda mais por pensar que o pai poderia ter tratado muito bem da doença do filho, até mesmo no exterior, se soubesse antes o que ele tinha!
Uma criança...

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E tem tanta gente que tem medo da morte...
Mas não de morrer!
Disseram-me de um rapaz que vivia dizendo que seu maior medo era que o pai morresse! Principalmente, que morresse antes que conseguisse lhe dar um neto.. E o pai dele era louco para ter um neto! Quando enfim sua esposa engravidou, o pai dele morreu, de infarto, após saber que seu neto acabara de nascer!

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E a moça que trabalha comigo, grávida de oito meses perdeu o marido recentemente!
E me contam que eles demoraram anos para se casar esperando terminar a casa que construíram... Depois demoraram anos para decidirem ter um bebê e agora que o bebê está aí, ele não está!

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No hospital disseram para ela que a irmã estava reagindo bem aos medicamentos e que estava melhorando! Respirou aliviada, mas não despreocupada! No único momento em que ela foi em casa tomar um banho e comer alguma coisa, ligaram do hospital informando o falecimento da irmã!

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E então, na volta de um show, no fim de um dia de festa e alegria o avião se choca contra a serra da Cantareira matando os rapazes do grupo Mamonas Assassinas! E eu me lembro como se fosse hoje... Isso foi há 10 anos!!!

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Mas o fato que mais me marcou, foi um dia em que eu estava saindo do supermercado com a minha mãe quando vimos um alvoroço na rua... era um acidente! Olhei o carro e achei que se parecia com o carro de um conhecido meu e corri para ver... Um caminhão tinha avançado o sinal vermelho e batido na lateral do carro! Cheguei na hora em que os policiais e bombeiros estavam trabalhando... respirei aliviada, porque não era o carro do meu conhecido, mas vi que quem tinha morrido, era uma criancinha que estava sentada na cadeirinha, presa no banco de trás do carro... Disseram que a mãe entrou em estado de choque e levaram ela para o hospital. Depois minha mãe me contou, que a criança tinha uns 2 ou 3 anos, estava com o cinto de segurança, naquelas cadeiras próprias para criança e que tinha sido esmagado pelo caminhão! A mãe tentou até se matar... Era neto do dono de uma das mais antigas peixarias da minha cidade! Eu nunca esqueci isso!

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Mas porque a Honey está falando nisso?
Eu não quero com isso chocar ninguém, nem fazer um marketing obscuro, pesar o clima e nem quero que pensem que eu gosto dessa morbidez, vou pegar mais leve no próximo post, prometo!!!
Onde eu estou querendo chegar, é que tenho visto, principalmente na Internet, pessoas se dizendo infelizes, querendo se matar, dizendo que seus problemas são maiores do que os outros, que suas vidas são uma desgraça, que não existe dor maior do que a dor que sentem... e para essas pessoas, a única coisa capaz de desviar a atenção do próprio umbigo, é a realidade! Houve um tempo em que me achava a mais infeliz das criaturas pelo que tinha acontecido com o meu pai, pelas minhas perdas, pela minha vida... Mas a realidade dos acontecimentos, pelo que a gente vê acontecer na vida dos outros e na nossa própria vida, a gente percebe que nossas desgraças podem ser bem pequenas! Perder é difícil... eu sei! Mas não se pode ganhar sempre...
Quando você começar a pensar que sua vida não presta, que você é muito infeliz e coisas do gênero, antes de assumir essa postura de vítima, faça apenas uma coisa:
Olhe para os lados!!!


-é o que eu faço!!!










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Por falar em morte, adivinhem quem morreu???

Meu MONITOR!!!

É, eu mereço...
A mais nova excluida digital: eu!!!

Sem pc em casa é foda... 99% dos arquivos que mais tenho usado estão no meu pc!
Então, me desculpem as pessoas a quem eu estou devendo template, selos, códigos e etc...

humpft!
Eu mereço, viu?

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