19 de janeiro de 2006
SERÁ POSSÍVEL QUE O IMPOSSÍVEL SEJA BOM???

My Lost Love



Amor Platônico

Parece ate uma idéia romântica para alguns, mas na realidade, tudo é muito diferente do pensado romantismo. Para nos aprofundar um pouco, essa expressão, foi derivada do nome de Platão. Não, não estou falando do planeta plutão, estou falando do filósofo Platão. Para quem nunca ouviu falar, trata-se de um filósofo grego, que segundos suas definições, o mundo era dividido em duas partes iguais: um mundo real, com seus defeitos e imperfeições e outro idealizado, perfeito e sem erros. Então, derivou-se a expressão platônico, ou seja, dividido entre o real e o idealizado. Até aí tudo bem, mas não existe nenhum benefício em viver uma situação como esta, mas ainda assim, é bastante comum, se observarmos com atenção. Não acredito que exista uma pessoa sequer, que nunca tenha vivido uma paixão fantasiosa e irreal, ou que pelo menos, não tenha convivido com alguém que tivesse. Na adolescência, é muito comum que as pessoas se apaixonem por alguém que as encanta, fascina, e as inspira admiração, aprendizado ou curiosidade...a vizinha mais velha (e geralmente casada), o amigo do irmão mais velho, a namorada do melhor amigo, aquele ser intocável e inatingível... As paixões platônicas, tendem a seguir pelos caminhos mais difíceis, por imposição ou imaturidade da própria pessoa! Eu tomo por exemplo, aquele professor de artes que tive na sexta série, sei lá quantos 10 ou 20 anos mais velho do que eu na época... Qualquer mal estar era motivo para matar aula, desde que não fosse aula de artes, caso fosse, eu ia para escola nem que fosse no soro, com o caixão em baixo do braço...o professor Mauro, ficou muito tempo na minha cabeça, e eu passei a tirar as melhores notas da minha vida. Quando ele saiu da escola, eu sofri horrores, minhas notas caíram e eu nem assistia mais as aulas do professor que o substituiu, depois de um tempo, esqueci e hoje tive que fazer força para lembrar seu nome. É natural que a maturidade e o passar do tempo, minimize essa paixão fantasiosa e as pessoas comecem a viver relações reais. Acabei de me lembrar de uma amiga minha, que passou anos se dizendo apaixonada pelo Bon Jovi. Nós chegamos a pensar que ela estivesse doente, por que alem de não falar em outra coisa, escrevia cartas e poemas para um dia entregá-lo (correio nem pensar, tinha que ser pessoalmente), não estudava direito pra ficar lendo sobre ele, não copiava as matérias para ficar tentando traduzir as letras das músicas e ainda por cima, passou a assinar Jovi no final de seu nome! E não estávamos erradas, em pouco tempo a tal paixão, começou a se projetar com mais intensidade e não demorou para que ela passasse a acreditar que se casaria realmente com O Bon Jovi. Entre tantas pessoas que riam e achavam engraçado, eu me preocupava cada vez mais com aquela fantasia. Tem gente que alimenta essas paixões por anos e anos a fio. Este foi o caso da minha amiga. Em alguns casos, torna-se um problema muito sério e sofrido, e pode ser encarado até como masoquismo, uma vez que a própria pessoa alimenta a causa de seu sofrer. Cada um precisa saber a hora de agir ou pular fora, ou se a pessoa se sente incapaz de agir sozinha, só mesmo com ajuda psicológica ou psiquiátrica, por que já virou doença mesmo! Depois de muitas crises, conflitos e sofrimentos, passou! A última notícia que tive dela, era que estava namorando e iria se casar, mas não com o Bon Jovi!

Mas Por Que Isso Acontece?

Por não se considerarem merecedoras do amor de alguém, as pessoas se apaixonam platonicamente. A pessoa não acredita que alguém possa amá-la verdadeiramente. É como se no fundo, a única filosofia de vida da pessoa seja baseada naquele velho dito: “é muita areia pro meu caminhãozinho”. A partir daí, a pessoa se sente realmente pequeno, fraco, incapaz de viver um sentimento verdadeiro, real... Os psicólogos dizem, que este pensamento e estas ações, refletem o tipo de criação que o indivíduo teve. Se por exemplo, quando criança, foi excluído pelos pais, rejeitado pelos amiguinhos e se sentia sempre em segundo plano, inconscientemente, acabará repetindo esses sentimentos de rejeição e inutilidade quando adulto. É mais uma questão de auto-estima do que maturidade em si, lembrando que quando digo maturidade, não estou me referindo a idade que se tem, mas as experiências por que passou (uma pessoa pode ter 50 anos e ser mais imaturo do que uma pessoa com 25). Colocando na balança, o amor de verdade, nos faz transbordar de felicidade e é sujeito a falhas e decepções, já o platônico, não oferece riscos de decepção ou mágoa porque não existe envolvimento, no entanto, nos frustra pela certeza da impossibilidade de sua concretização. O apaixonado vive angustiado, em cima do muro, sem saber o que fazer ou o que não fazer, com a eterna dúvida que paira entre o tentar concretizar seus sentimentos ou não.

Mas E Ai?

Uma vez que se mergulha nessas águas profundas, nem sempre é fácil voltar á tona. Ainda mais se não houver a mão estendida de um salva vidas, por que nadar com as próprias pernas é muito cansativo, e nessa luta, muitos não conseguem sair de dentro da água ou morrem na praia. O medo de dar a cara a tapas, faz com que as pessoas se acomodem “deixem tudo como está”. No geral, as pessoas não se dão conta de que tal situação pode se tornar uma bola de neve, que em algum momento, as esmagará. Para derreter a neve, só acendendo uma fogueira e ficando ao lado, observando-a derreter. Não tem outro jeito, tem que encarar mesmo. Todas as situações na vida têm dois lados, e por mais difícil que uma situação pareça, ela tem sempre 50% de chances de dar certo e 50% de chances de dar errado. Ou se arrisca a levar um passa fora e um tapa na cara (ainda que de luva), ou se permite conquistar o ser tão desejado. A partir daí, percebe-se que assim como você, a outra pessoa também é humana, normal e limitada, não possuindo nada de inatingível, irreal ou fantástico, criando-se assim, uma relação real, que requer dedicação, cuidado e compreensão, como todas as outras! Mas um dos principais cuidados que se precisa ter, é de não continuar tendo as mesmas ilusões sobre a pessoa, caso contrário, ao se dar conta dos defeitos, das falhas e dos erros que inevitavelmente a pessoa cometerá, tudo pode ir por água abaixo...e lá estará você se afogando novamente! Aquele dito “Ninguém É Perfeito!”, ainda está na moda e precisa ser levado em consideração! Sempre!

E Se Não Der?

Se não houver esta possibilidade, está consumado, amém! A pessoa precisa dar um basta a esse sentimento não correspondido, vazio, sem trocas e sem futuro e batalhar por um amor de verdade, por um relacionamento com alguém real... Por que a cura para um amor ilusório, é um amor real, que preencha os espaços deixados por alguém que nunca existiu de fato.

A Prova Dos Nove?

Não existe sonho ou ilusão, e nem fantasia ou delírio, por mais caprichada e real que pareça, que substitua o toque de um mútuo aprendizado de sentimentos, sensações e prazeres com alguém de carne, ossos, músculos e pura realidade.




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